Fazenda Liberdade

A Fazenda Liberdade era propriedade do tenente-coronel Josino Antônio de Barros, que nasceu na Fazenda das Três Ilhas, em São José do Rio Preto, atual São José das Três Ilhas, Minas Gerais, de propriedade de Antônio Bernardino de Barros e Silvana do Vale Barros (segundo matrimônio), seus pais. Antônio Bernardino de Barros era filho de José Bernardino Monteiro de Barros, proprietário de uma fazenda de criação que se destinava a abastecer a população da zona de mineração aurífera. Já no século XIX, com o surgimento da lavoura cafeeira, Antônio Bernardino de Barros transferiu-se para São José do Rio Preto, onde estava situada a Fazenda Três Ilhas, dedicando-se à cultura de cana e café.  Antônio Bernardino de Barros, como diversos mineiros que para lá se transferiram atraídos pela fertilidade da terra, adquiriu uma sesmaria de terras no município de Santo Antônio de Pádua, região que futuramente seria denominada de Miracema, na época habitada por índios. Antônio faleceu pouco depois de 1840. Josino, seu filho, com pouca idade, foi educado pelo tio, Gabriel Antônio de Barros, Barão de São José Del Rey, no então afamado Colégio do Caraça, em Mariana – (MG). Na divisão da herança deixada pelo pai, a sesmaria localizada em Miracema foi repartida pelos três filhos do primeiro matrimônio que aqui se estabeleceram, surgindo assim as fazendas de São Luís, de Custódio Bernardino de Barros, Paraíso, de Plácido Antônio de Barros e Santa Inês, de Francisco Bernardino de Barros.  Após os irmãos terem se estabelecido como fazendeiros, Josino resolveu visitá-los. Na época, conheceu a filha do Coronel Joaquim de Araújo Padilha e de D. Ana Minervina de Alvim Padilha, Amélia, com quem se casou. Adquiriu então uma fazenda e deu-lhe o nome de Liberdade. Vivendo no tempo em que a escravidão era instituída como regime de trabalho humano, não foi possível evitá-la. Dentro de suas possibilidades libertou vários escravos e, compreendendo o sentido da mudança do tempo, preferia o regime assalariado ao escravagista. Assim, fez vir e instalou nas terras da fazenda imigrantes de origem italiana.  O Coronel Josino Antônio de Barros participou intensamente do movimento republicano, sendo um dos primeiros propagandistas da república, fundando em 1886, ao lado de muitos outros, o Clube Propagandista da República de Pádua.  Como fazendeiro, não se dedicava tão somente à cultura cafeeira. Experimentou a criação de ovinos, importando o famoso carneiro “merino”. Construiu açude, plantava arroz e, ao longo dos caminhos da fazenda, viam-se cedros, bandarras, pinheiros e até casuarinas da Austrália. O Coronel Josino Antônio de Barros faleceu em 1909. A Fazenda, atualmente, está dividida entre os herdeiros de Antonio Rattes de Barros (filho do coronel Josino) e de Diva Lima Barros.

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